O fenômeno Pong rapidamente espalhou-se pelo mundo. A Atari exportou seu Pong, no formato arcade e nas versões domésticas, para diversos países, onde concorria com os mais variados tipos de clones. Tanto a Magnavox quanto a Atari exportaram, via revendedores licenciados, seus videogames. O Magnavox Odyssey chegou ao Reino Unido já em 1973 e em mais 14 países da Europa em 1974, mas com sucesso limitado. O Odyssey era um aparelho caro e poucos se interessaram em ter um em casa. Até mesmo o Brasil chegou a receber um lote do Odyssey importados oficialmente por uma empresa chamada Planil, que teve o cuidado de traduzir caixas e manuais. No caso das máquinas de arcade, a Atari se saiu melhor com uma boa aceitação do público adulto em busca de um jogo mais casual. Mesmo assim, clones não demoraram a aparecer. A partir de 1975, uma empresa chamada General Instruments lançou um microchip, o AY-3-8500, que permitia a construção de um sistema de videogame completo, desde que esse sistema fosse algum tipo de Pong. Isso baixou os custos e diversas empresas lançaram seus clones de Pong por todo o mundo.
Na Ásia o epicentro do Pong foi no Japão. Quatro empresas japonesas de entretenimento foram as principais disseminadoras dos clones: SEGA, Taito, Namco e Nintendo. A SEGA e a Taito, principalmente, lançaram as primeiras máquinas já em julho de 1973. Em 1974, a Taito começou a exportar seus arcades para os Estados Unidos onde eram distribuídos pela Midway. A Nintendo fez um acordo com a Magnavox em 1971, antes do lançamento do Odyssey, em que fabricou alguns dos componentes utilizados no primeiro console de mesa. Isso deu a Nintendo uma boa visão de como o mercado de videogames dos Estados Unidos evoluiu. Em 1975 a Nintendo lançou seu primeiro arcade: o Computer Othelo, que foi seguido por jogos como Sheriff, Space Fever e EVR-Race. A maioria deles não fez muito sucesso. Mas a Nintendo não iria simplesmente desistir diante de um mercado em franco crescimento e lançou seu primeiro console de Pong doméstico, o Color TV-Game 6, em 1977 e somente no Japão.

O Brasil não passou ao largo dessa primeira geração de videogames. Algumas pessoas costumavam trazer o Atari Home Pong de suas viagens aos Estados Unidos, que não eram tão comuns na década de 1970. A empresa Planil chegou a importar e vender um pequeno lote do Magnavox Odyssey, com todos os manuais e embalagens traduzidos, mas que foi incipiente e a história ficou esquecida por anos. O exemplar mais conhecido dessa época foi o Telejogo, de 1977, lançado pela Philco, controlada pela empresa de automóveis Ford nessa época. O Telejogo foi um sucesso para os padrões brasileiros. Eu mesmo tive oportunidade de jogar em um na casa de um tio da minha mãe no início da década de 1980 e me lembro claramente de não ter me chamado muito a atenção, talvez pela minha pouca idade ou, talvez, o que é mais provável, eu tenha enxergado o Telejogo da mesma forma que Bushnell enxergou o jogo Table Tennis na apresentação do Magnavox Odyssey: “que negócio sem graça, podia ser bem mais inteligente”.

De qualquer forma o Pong e seus clones abriram as portas de milhares de pessoas pelo mundo para esse novo modo de diversão eletrônica que avançou rapidamente em tecnologia conforme um novo componente era cada vez mais conhecido e explorado pelos engenheiros: o microprocessador. Um componente tão poderoso que gerou toda uma nova classe de equipamentos eletrônicos, como os computadores pessoais, e abriu as portas para a segunda geração de consoles de videogame.

