O que define uma geração de videogames? Sua tecnologia? Seus gráficos?
Não há consenso e, também, não há norma ou definição da própria indústria. Lá no início de tudo, nos longínquos anos 1970, absolutamente ninguém estava preocupado com isso. Para muitos era só mais uma moda passageira. Só mais um brinquedo. Ninguém dizia algo como: “vamos lançar a próxima geração de videogames…”. O próprio termo videogame só apareceu anos mais tarde, cunhado por Ed Adlum, editor da revista Cashbox Magazine na edição de março de 1973 e sendo adotado durante o decorrer da década de 1970. Videogames eram vistos como brinquedos, coisa de criança e um produto eletrônico como outro qualquer. Não foram poucos que acreditaram se passar de mais uma moda que seria esquecida como tantas outras.
Nolan Bushnell foi um dos primeiros a enxergar além e, logo após lançar o Atari VCS/2600, acreditava que o desenvolvimento de seu sucessor já deveria ser iniciado, para horror dos novos controladores da Atari que haviam enfiado um bom dinheiro para garantir o lançamento do console VCS. Acharam que Bushnell era um maluco.
Atualmente é o processo natural. Quando um novo console chega aos consumidores um novo aparelho entra na sala de projetos. Quando um novo produto chega ao mercado, a equipe de projetistas já está olhando para a frente, pensando em uma nova geração. É um processo difícil, um verdadeiro exercício de futurologia e que pode definir o sucesso ou o fracasso do produto. É uma aposta que pode dar muito certo como o Sony Playstation ou muito errado como o Nintendo Virtual Boy. Enquanto escrevo esse texto o mercado de videogames encontra-se em uma nova encruzilhada. O mercado de jogos começa a tomar outros contornos com jogos disponibilizados como um serviço ou rodando em nuvem. Quem viver, verá!
Quando o que chamamos de 2a geração de videogames surgiu, ninguém sequer ousou imaginar as proporções que esses aparelhos tomariam em nossas vidas, fazendo parte da nossa cultura e já considerados como uma forma de arte. Para muitos, naquele iniciante Vale do Silício na década de 1970, esses videogames eram produtos de tecnologia como outro qualquer, uma moda da qual todos queriam aproveitar para ganhar muito dinheiro, lançando seus consoles e jogos, muitas vezes não se importando com a qualidade. Poucos, e eram muito poucos, conseguiam ver acima dessas nuvens.
Nesse capítulo vamos ver como se desenrolou a criação dos consoles que são lembrados com carinho até hoje por muitos gamers, inclusive este que vos escreve. Uma geração que consolidou os consoles como plataforma de jogos e que, por muito pouco, não os destruiu. O consenso é que a segunda geração de videogames se iniciou com o Fairchild Channel F, da empresa de semicondutores Farchild e terminou no ano de 1983 com um evento que ficou conhecido como o Crash dos Videogames nos Estados Unidos, que pulverizou o maior mercado de videogames norte-americano e do qual poucos fabricantes sobreviveram.
