A Magnavox teve audácia e pioneirismo suficientes para ser a primeira empresa a lançar um console de videogame doméstico no distante ano de 1972, mas não teve visão de futuro para manter esse pioneirismo, sendo ultrapassada por concorrentes sem qualquer tradição nesse mercado, como a Fairchild e seu Channel F e a RCA e seu Studio II. Desde o lançamento do Odyssey, a Magnavox se ocupou em criar versões diferentes do mesmo aparelho com uma ou outra evolução, mas nada trazendo de relevante tecnologicamente. De pioneira no mercado de videogames a Magnavox, em poucos anos, tornou-se só mais uma fabricante de consoles Pong que ganhava mais dinheiro processando seus concorrentes por quebra de patentes do que pensando na evolução do seu produto.
Não há uma data exata, mas tudo leva a crer que a Magnavox começou o desenvolvimento do console que viria a se tornar o Odyssey2 no final de 1976. Só que esse novo console viria com 24 jogos integrados, permitiria 4 jogadores simultâneos e teria o nome de Odyssey2, mas seria apenas mais uma versão de jogos Pong, talvez um pouco mais avançada, do que ela já vinha fazendo nos últimos anos.
Só que houve uma movimentação diferente na concorrência. Em um mercado atulhado de clones do jogo Pong os concorrentes foram em direção a uma tecnologia nova, mas que estava se tornando madura e barata o suficiente para gerar toda uma nova gama de equipamentos: os microprocessadores. Essas pequenas peças de silício permitiam equipamentos cada vez menores e com a capacidade de rodar programas sem que fosse necessário substituir o equipamento inteiro como nos consoles de Pong. A Fairchild foi a primeira a lançar um videogame microprocessado, usando um componente de fabricação própria, com jogos programados, gravados em uma ROM e acondicionados em um invólucro de plástico rígido chamado de cartucho.
O lançamento da Fairchild parece ter causado algum burburinho dentro da Magnavox já que ela abortou o projeto do console para quatro jogadores e direcionou a equipe de engenharia para um outro projeto que era chamado internamente de “Intel Game”. Esse novo projeto seria um sistema programável, baseado em cartuchos e construído em torno de circuitos integrados fornecidos pela empresa pioneira nesses chips, a Intel, e que, curiosamente, vinha passando ao largo do intenso movimento da iniciante indústria de videogames. No decorrer do projeto, o chamado “Intel Game” foi rebatizado de Odyssey2, com o número 2 sobrescrito e junto ao nome, destacando que essa era a segunda geração do console de videogame pioneiro do mercado. Só que, agora, a Magnavox não era mais a pioneira, já que a Fairchild e a RCA já estavam no mercado com seus novíssimos videogames e a Atari evoluía rapidamente no desenvolvimento do seu console, claro que praticamente ninguém fora da Atari sabia disso e, segundo consta, principalmente ninguém na Magnavox.
Durante os anos que se seguiram a Magnavox continuou próxima a Sanders, trabalhando na atualização das novas versões do Odyssey e nos processos contra os concorrentes que copiaram o jogo de Table Tennis. Ralph Baer estava trabalhando em outros projetos e não estava a par dos detalhes do andamento do novo videogame em desenvolvimento pela Magnavox. Ele até tentou manter-se informado sobre o que acontecia no departamento de engenharia deles, localizado em Fort Wayne, no estado de Indiana. Segundo o próprio Baer, seu principal contato com a Magnavox após o lançamento do primeiro Odyssey, de 1973 a 1977, foi tentar motivá-los a trabalhar com ele em um ou outro conceito de produto relacionado a videogames. O que nunca ocorreu até 1977.
Em julho de 1977 o líder de engenharia da unidade de videogames da Magnavox, John Helms, fez uma visita à Sanders e, entre outros assuntos, estava lá para garantir a ajuda de Baer e da Sanders no projeto que viria a se tornar o Odyssey2. Na sequência dessa visita Baer escreveu uma carta a Helms sugerindo algumas ações colaborativas e estimativa de custos.
A visita de Helms não foi por acaso, ele estava farejando algo de errado no projeto do “Intel Game”. A Magnavox era uma das maiores fabricantes de televisores dos Estados Unidos e videogame era só mais uma das várias linhas de produtos de menor importância no portfólio deles. Diferentemente da Atari, em que o negócio principal eram os videogames, na Magnavox esses aparelhos eletrônicos não estavam na maioria das pautas diárias da alta administração.
Em agosto de 1977, Baer recebeu uma ligação de Helms falando que conseguira colocar a Sanders no planejamento do programa de videogames da Magnavox, mas ele tinha um problema urgente para resolver. Havia o risco iminente do projeto do Odyssey2 ser cancelado, talvez no mesmo dia em que conversavam. Ele pediu que Baer voasse para a fábrica da Magnavox no Tennessee aonde, no dia 10 de agosto, haveria uma reunião em que assunto seria simplesmente “Descontinuação do desenvolvimento do Odyssey2 pela gerência da Magnavox”.
No dia 10 de agosto pela manhã Baer estava na fábrica da Magnavox onde encontrou-se com Helms. Após cumprimentos, apresentações e todos se ajeitarem na enorme sala de reuniões, Baer deu início a uma apresentação inicial e falou de sua participação no suporte ao negócio de videogames da Coleco e do sucesso atingido. Usando-se dessas credenciais ele argumentou que o Odyssey2 tinha uma boa chance de se tornar um produto de sucesso e terminou pedindo a John Fauth, vice-presidente sênior da Magnavox, que mantivesse o programa do Odyssey2. Baer conta em seu livro que após essa sua apresentação solicitaram que ele saísse da sala para que a reunião continuasse somente com o pessoal da Magnavox. Ao final da reunião ele foi informado que John Fauth decidiu continuar o projeto do Odyssey2, mas ele ainda precisava da aprovação oficial de Alfred DiScipio, Presidente da companhia, e que se encontrava na sede da empresa em Fort Wayne.
Após o almoço Fauth, Helms e Baer voaram para Fort Wayne no avião corporativo da Magnavox. Enquanto Fauth foi cuidar da aprovação final do projeto Baer e Helms foram aos escritórios aonde o Odyssey2 estava sendo desenvolvido. Segundo palavras do próprio Baer: “O clima é sombrio. Papel crepom preto está pendurado nas paredes e muitos engenheiros estão ao telefone tentando conseguir novos empregos”.
Mesmo expressando um otimismo cauteloso para a equipe sobre o destino do projeto, Helms demonstrou a Baer uma unidade em desenvolvimento do Odyssey2 já totalmente funcional e mostrando o quão adiantado estava o projeto. Nesse dia Helms também mostrou-lhe esquemas completos com as especificações do console e solicitou que Baer os levasse a sua chefia na Sanders para análise, comentários e “apoio moral”. Baer gostou bastante do que viu, achou o sistema único e gostou muito do teclado.
Por fim a Magnavox decidiu pela continuidade do projeto “Intel Game”. Uma nova chefia foi nomeada para tocar o projeto com Charles B. (Chuck) Heffron como engenheiro-chefe de videogame e Gene Kale designado como o líder do grupo do projeto. Baer recebeu uma ligação de John Fault informando-o sobre a decisão da administração da Magnavox de continuar o projeto e solicitou ajuda à Sanders no desing de jogos para seu novo console.
A Sanders realmente desenvolveu um jogo de Pinball. Baer não programou efetivamente o jogo, mas recrutou um dos engenheiros de sua antiga divisão, Don McGuiness, para fazer o jogo sob sua supervisão e com equipamentos de desenvolvimento fornecidos pela Intel. O desenvolvimento levou cerca de 3 a 4 meses e ao final eles tinham um jogo de pinball em que o jogador podia mudar os bumpers e colocá-los aonde bem desejasse. Segundo Baer esse jogo serviu mais como um teste e demonstração das capacidades do console e, apesar da Magnavox ter pago US$ 50 mil para desenvolvê-lo, ele nunca foi lançado comercialmente. Ele só viu a luz do dia muitos anos depois quando o próprio Ralph Baer falou dele ao seu amigo Leonard Herman, dizendo que gostaria de fazer algumas cópias do jogo. Herman, por sua vez, sugeriu produzir um número limitado de cartuchos e vendê-los na Classic Gaming Expo 2000 da qual Baer participaria. Herman, então, contatou Sean Kelly, um dos organizadores do evento e que já havia produzido alguns cartuchos homebrew para o Odyssey2, que adorou a ideia e confeccionou 30 cópias do jogo de pinball usando uma versão da ROM que Baer tinha guardado em sua coleção. As cópias foram acondicionadas em cartuchos iguais aos utilizados no Odyssey2, inclusive com rótulos iguais aos originais, e os organizadores os venderam durante feira. Baer autografou cada unidade no momento em que era vendida a US$ 25 cada. Vinte e uma unidades foram vendidas com a assinatura de Ralph Baer. Esses cartuchos são peças raríssimas e valem pequenas fortunas atualmente.

Cartucho do jogo de Pinball desenvolvido pela Sanders para o Odyssey2 e nunca lançado oficialmente. Essa é uma das 21 cópias assinadas por Ralph Baer. Foto National Videogame Museum. Foto divulgação
No início de 2014, Michael Thomasson da “Good Deal Games/Homebrew Heaven” entrou em contato com Ralph Baer com a ideia de relançar o jogo de pinball e modernizá-lo. Dessa vez a Homebrew Heaven confeccionou 100 cópias com manual no estilo dos que acompanhavam os antigos cartuchos de Odyssey2 e colocou um certificado de autenticidade, uma obra prima. O cartucho continha o jogo em sua versão original e uma versão retrabalhada feita pela Homebrew Heaven. Para fechar, Thomasson enviou as 100 cópias para Baer, que as numerou e autografou. O jogo foi lançado no outono de 2015, mas Baer não viu isso acontecer, ele faleceu no final do ano de 2014. Esse também foi o único jogo produzido pela Sanders que, por questões contratuais jamais explicadas, nunca mais fez outro jogo para a plataforma.
Durante boa parte do projeto Odyssey2 a Magnavox só tinha o programador Sam Overton para fazer os jogos. São dele os 6 primeiros títulos lançados para o sistema. O próprio Overton já se preocupava com o fato de que um único programador não seria o suficiente para dar suporte a uma plataforma de jogos e após 6 meses ele acabou atingindo sua barreira criativa e não estava conseguindo criar nenhum jogo novo. Não demorou muito para o projeto Odyssey2 novamente virar assunto na pauta da alta administração da Magnavox. Aproximadamente 6 meses depois da fatídica reunião que quase selou seu destino o projeto estava ameaçado novamente e a Magnavox estava pronta para cancelar o projeto devido aos custos e dificuldades com o desenvolvimento de jogos.
Dessa vez, quem não gostou muito dessa história foi a Intel, que já havia gasto bastante dinheiro personalizando o processador Intel 8048 e o processador de vídeo e som 8244 e 8245 para a Magnavox e tinha boas perspectivas de venda desse conjunto de circuitos integrados. É aí que entra o segundo programador do sistema e, possivelmente, um dos mais importantes: Ed Averett.

O Magnavox Odyssey2. Foto Evan Amos. Reprodução Autorizada.
Averett iniciou como programador na Intel, mas, na época do projeto Odyssey2, ele era representante de vendas. Diante do iminente cancelamento do projeto, ele convenceu a Magnavox que havia muitas possibilidades para um sistema de videogames como o que eles estavam desenvolvendo e também convenceu a Intel de que ela poderia vender mais de seus chips para a Magnavox se ela permitisse que ele programasse alguns jogos para o novo console. Averett não só conseguiu convencer as duas empresas como foi contratado pela Magnavox como freelancer programando 24 jogos para o console entre 1978 e 1983. Em uma entrevista para o site brasileiro Odyssey Clube, Averett conta que ele não era funcionário da Magnavox, mas contratado como programador freelancer para cada jogo. Ele fez o primeiro jogo “Take the Money and Run!”, lançado no Brasil pela Philips com o nome de “Pegue o Dinheiro e Corra!”, que se esgotou rapidamente. Diante disso a Magnavox o contratou para fazer outro jogo e assim por diante até o lançamento do jogo “K.C. Munchkin!”, ou “Come-Come 2” como ficou conhecido no Brasil e que foi alvo de um processo da Atari por plágio do jogo “Pac-Man”. Entre os 24 jogos criados por Averett estão possivelmente boa parte dos melhores jogos da biblioteca do Odyssey2. Um detalhe pouco comentado é que Ed Averett projetou muitos dos jogos, mas quem realmente escreveu o código foi sua esposa Linda Averett, que era engenheira elétrica. Trabalhando juntos eles chegavam a fazer um novo jogo em cerca de três meses.
Em 1979 Sam Overton saiu da Magnavox e foi trabalhar na Milton Bradley, deixando Averett como o único programador do sistema Odyssey2 enquanto a Atari tinha um exército de programadores. Mas em 1981, Overton foi recontratado pela Magnavox e trouxe reforços, o programador Robert S. Harris, que programou um dos jogos mais famosos do Odyssey2, “Killer Bees!” ou “Abelhas Assassinas!” aqui no Brasil.
Apesar de todos os percalços, o Odyssey2 foi lançado nos Estados Unidos em Julho de 1978, um ano depois do Atari VCS/2600. Verdade seja dita, em 1978 o Atari vendia bem, mas ainda não chegava nem perto do que venderia no futuro e, no fim, foi tudo uma questão de jogos. A Atari, muito mais focada no mercado de jogos, viu as possibilidades de licenciar jogos de arcade famosos, o que a levou a licenciar o jogo “Space Invaders” e, depois, “Pac-Man”. O Odyssey2 até que vendeu bem nos Estados Unidos, cerca de um milhão de unidades, entretanto, se a Magnavox tivesse acreditado mais no seu sistema e prestado mais atenção nos movimentos dos concorrentes, a história poderia ter sido bem diferente. O Odyssey2 teve um total de 62 jogos lançados oficialmente sendo que vários desses foram exclusivos na Europa e no Brasil, mas com a atuação de uma forte comunidade de fãs do console que ainda criam jogos para ele, esse número já passa dos 100 títulos lançados e continua crescendo.
O Odyssey2 não fez tanto sucesso nos Estados Unidos, mas, na Europa, onde foi lançado em dezembro de 1978 com o nome de Videopac G7000, ele foi um enorme sucesso. No velho continente o console deixou um enorme legado e muitos fãs saudosistas. Inclusive, por lá, o Odyssey2 teve diversas versões e lançamento de consoles por outras marcas, todas controladas pela Philips, claro. Entre os modelos do Videopac lançados estão:
– Philips Videopac G7000: é basicamente o mesmo console Odyssey2.
– Philips Videopac G7200: uma versão do Odyssey2 que vinha com um monitor de vídeo preto e branco acoplado.
– Philips Videopac G7400: era uma versão aprimorada do Odyssey2, que podia mostrar gráficos melhorados e era totalmente compatível com os jogos já lançados. A Philips chegou a lançar alguns jogos exclusivos para esse modelo como o “Helicopter Rescue” e o “Trans American Rally”, sem muito sucesso. A Philips pretendia lançar o Videopac G7400 nos Estados Unidos com o nome de Odyssey3, mas o frustrante lançamento na Europa e o crash dos videogames nos Estados Unidos varreu do mapa o Odyssey2 e seu sucessor.
– Philips Videopac G7401: é o mesmo Videopac G7400 só que lançado na França com porta SCART para saída de vídeo.
Também foi lançado para o Odyssey2 um periférico que era inserido na unidade de cartuchos e dava ao console o poder de reproduzir vozes pré-gravadas no cartucho de jogo. O som das vozes era reproduzido pelo próprio periférico. Um acessório curioso, mas, efetivamente, de pouca utilidade.
No Brasil o Odyssey2 teve uma história bem diferente. Por aqui o Magnavox Odyssey2 foi lançado oficialmente pela Philips em maio de 1983 com o nome de Philips Odyssey. O número 2 foi suprimido do nome uma vez que o Brasil nunca conheceu sua primeira versão pois vivíamos sob a égide da reserva de mercado de informática, que colocou o mercado brasileiro em uma bolha, onde raramente tínhamos acesso aos últimos lançamentos de eletrônicos. Inclusive, em 1983, o Odyssey2 estava chegando ao fim nos Estados Unidos, junto com toda uma geração de consoles, enquanto aqui no Brasil estávamos no início da era dos videogames e, para quem foi criança ou adolescente nessa época, foi inesquecível.

O Philips Odyssey lançado no Brasil. Foto Ricardo Cividanes da Silva
A década de 1980 foi o berço de toda uma geração de game maníacos brasileiros. Podíamos não ter acesso aos últimos lançamentos, mas, com certeza, aproveitamos a melhor parte desses consoles e jogos. A divisão brasileira da Philips ainda fez um maravilhoso trabalho de localização dos jogos, traduzindo seus nomes para o português e fazendo caixas, cartuchos e manuais com acabamento primoroso, que dava um show nos concorrentes. O Philips Odyssey podia não ser o console mais poderoso, mas, com certeza, foi o mais bem trabalhado. A Philips também lançou a Revista Odyssey Aventura que deixou todos em estado de êxtase com suas dicas, reportagens sobre os jogos existentes e futuros lançamentos. Outro grande acerto da Philips foi a regionalização de alguns jogos como “Pick Axe Pete!” que por aqui virou “Didi na Mina Encantada” aproveitando o estrondoso sucesso do grupo Os Trapalhões, que tinham lançado um filme chamado “Os Trapalhões na Serra Pelada” em 1982. O jogo em si não trazia qualquer modificação em relação ao original, mas, mesmo assim, foi um sucesso arrasador sendo um dos meus jogos preferidos.
O Odyssey2 e o Videopac duraram até o ano de 1984, não resistindo ao baque da quebra do mercado de videogames americano. O mercado europeu não foi afetado pelo crash dos videogames, mas por lá os ventos apontavam para os computadores pessoais. O Videopac sempre teve mais concorrência de computadores como o TK85 do que de outros consoles do mercado europeu. No Brasil o Odyssey durou até 1986, quando a Philips finalizou a comercialização dos últimos cartuchos fabricados. Na época eu cheguei a escrever uma carta para a Philips questionando porque não encontrávamos mais jogos no mercado e eles me responderam, muito educadamente, explicando os motivos do fim do Odyssey, demonstrando o respeito que a Philips sempre dedicou aos fãs do console.
Nos Estados Unidos o Odyssey2 pode até ter sido somente mais um console no mercado, mas, para muitos brasileiros ele foi a porta de entrada para o mundo fantástico dos videogames, inclusive deste que vos escreve. O Odyssey foi meu primeiro videogame e do qual guardo lembranças maravilhosas e inesquecíveis. Assim como o Atari 2600, ainda existe uma comunidade bem ativa criando jogos para o console Odyssey2, inclusive aqui no Brasil.
Uma curiosidade sobre os jogos do Odyssey2 e que quem jogou deve ter se perguntado bastante o porquê daquilo, é que muitos jogos tinham sprites idênticos. Algo que não se via no Atari e no Intellivision. A figura humana parada ou andando e as árvores, por exemplo, aparecem em muitos dos jogos do Odyssey2. Isso ocorreu devido ao projeto dos chips criados para a Magnavox. Quando a Intel personalizou o processador de vídeo 8244 e 8245 ela inseriu um conjunto de 64 imagens de 8×8 pixels que incluíam os caracteres alfanuméricos e, também, vários objetos que tinham a intenção de facilitar a vida dos programadores. Assim, por facilidade ou para economizar processamento do limitado Intel 8048 os programadores utilizavam muitos desses caracteres. Soma-se a isso o fato de que uma boa parte dos jogos do Odyssey2 foi criado por um só programador, que deve ter reutilizado muito código. Por isso muitos jogos diferentes pareciam ter o mesmo personagem, o que nunca diminuiu a diversão.
O Odyssey2 também chegou a ser lançado oficialmente no Japão como Kōton Odyssey2, mas, por lá, nunca fez muito sucesso e as poucas unidades existentes são muito procuradas por colecionadores do mundo todo, apesar de ser basicamente a mesma unidade norte-americana com embalagens regionalizadas.
Resumo
Nome Oficial:
Odyssey2 (EUA e Japão)
Videopac G7000 (Europa)
Odyssey (Brasil)
Fabricante:
Magnavox Consumer Electronics Company (EUA e Japão)
Philips Electronics (Europa e Brasil)
Data de Lançamento:
Julho de 1978 nos Estados Unidos
Dezembro de 1978 na Europa
Setembro de 1982 no Japão
Maio de 1983 no Brasil
Descontinuado:
Regiões de Lançamento:
Jogos Lançados Oficialmente:
Preço no Lançamento:
Preço Atualizado 2025:
Unidades Vendidas Oficialmente:
Março de 1984 no mundo e em 1986 no Brasil
América do Norte, Europa, Japão e Brasil
62 Jogos
US$ 199
US$ 890
Desconhecido
Ficha Técnica
CPU:
Velocidade da CPU:
Memória RAM:
Vídeo:
Resolução de Tela:
Cores:
Áudio:
Intel 8048 de 8 bits
1,79 MHz
64 bytes na CPU, 128 bytes de RAM e BIOS de 1024 bytes
Intel 8244 para NTSC e Intel 8245 para PAL
160×200
16 cores
1 canal mono
Controles:
2 controles com joystick e 1 botão de ação, conectados por cabo e fixos ao console
Mídia dos Jogos:
Cartucho com ROM de até 8 KB.
Saída de Vídeo:
Sinal de vídeo RF modulado e Conector Péritel / SCART (exclusivo no modelo Francês)
